domingo, 14 de agosto de 2011

A FELICIDADE E A RAZÃO DE SER DA EXISTÊNCIA .




...Não se cuida mais dos valores simples da existência:a delicadeza emocional e a pujança de sentimentos.
O que se quer é o progresso imaginário,ou quando muito,progresso indefinido.
Nossa observação aos princípios e ao dinamismo da natureza é intelectualmente profunda, mas ninguém jamais conseguiu provar que o intelecto possa realizar a felicidade. 

Pelo contrário:quanto mais o cientificismo proclama a necessidade dos "engenhos para uma vida melhor",  mais se enormiza a carência de novas soluções e novas necessidades; quanto mais se planeja e se estabelecem os processos para melhorar as relações entre os homens e as nações,  maiores se apresentam os desentendimentos e as possibilidades de uma desavença universal.
   
Individualmente vivemos uma época em que mais do que nunca, as pessoas desconfiam da sua capacidade própria para alcançar a felicidade. 
Condicionados por uma "super entidade", que se corporificou através da comunicação fácil das ideias vazias ou negativas, o homem, perdendo a sua bússola interior, vive hoje às apalpadelas, em busca de um conceito mínimo que lhe estabeleça uma razão de ser. 

A "razão de ser", todavia, não aparece. E enquanto procuram onde não poderão encontrar, os corações vão se despedaçando pelo caminho, semeando frustrações cada vez mais profundas e, com elas a irreverência pelas vida, a perda da sensibilidade afetiva, única criadora da real tranquilidade interior e consequente alegria de viver.

As sociedades modernas, como todo mundo sabe, quer quando vestidas de branco, quer de verde ou vermelho, são muito mais máquinas a serviço de interesses ideológicos ou de ambições econômicas, do que qualquer outra coisa, como por exemplo,comunidades humanas dedicadas ao usufruto do tesouro da existência. 
Os fortes agindo com a condição de fortes e os fracos ambicionando ser fortes, dão existência ao fantasma da competição que é uma outra "super entidade", substanciada pela inconsciência da realidade!

Vivemos em função de espantalhos que nós mesmos fabricamos, em desespero, fazemos esforços para criar sistemas que nos livrem deles...
  
As anomalias psicológicas que curiosamente, vão se destacando nos mais variados setores do comportamento do Homem, são um atestado e quiçá, uma advertência para que novos caminhos sejam tentados pela pesquisa do espírito, novas sendas onde talvez  se possa encontrar um reduto de mais segurança para o futuro: uma paisagem filosófica onde a alma humana possa se libertar dos violentos turbilhões provocados pelo choque de retorno de sua ação inconsequente...

(Trecho do livro "Introdução ao Pensamento Mágico)
(Alódio Továr-Meu pai-dia dos pais-14/08)


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